quarta-feira, fevereiro 18

[desas]sossegos '


Apetece-me gritar ao mundo esta dor que trago no ser.. que queima como se ácido fosse. Arrancar a pele já estragada por tantas lágrimas. E esconder tudo isso de ti.
É que a cada dia uma ruga nova surge nesse teu rosto que tantos traços tem de eterno.

Quantos sonhos há em ti?

Aperto-te a mão para que adormeças... e, enquanto dormes, penso “quantas histórias há em ti?”. E tu deixas-te ficar, na segurança do aconchego que te ofereço.
Tens o sono agitado e acordas em sobressalto.
É sempre assim.
Levantas a mão no escuro e traças um desenho invisível no ar... passas a mão nas coisas que te rodeiam... como se pudesses assim limpar o mundo.
Olho-te. Puxas as mantas e escondes a cara.

- Não tenhas medo – sussurro – Eu estou contigo, já passou.

Olhas-me. Os teus olhos enchem-se de lágrimas. Olhas-me novamente, confuso. Já não me reconheces... e olhas-me como se nunca me tivesses conhecido. Sorrio-te e tu desvias o olhar. Escondes-te novamente. Já nem sequer me deixas afastar as mantas. Estas frágil, mas tens uma força desmedida quando se trata do que sentes.
Voltou tudo ao início...
- Vamos dormir?
Sinto que acalmas e balbucias um 'sim', quase incompreensível. Mas não largas as mantas...
Anda, vamos dormir. Foi só um sonho mau...
Já passou. Tudo vai passar...


Coragem .

quarta-feira, fevereiro 4

[nada m]ais.


" (...) Se calhar sou uma dessas que, de coração endurecido, nega. E nego. Porém, tenho uma vontade louca de acreditar. Mas já não há nada mais para acreditar.


E nesta encruzilhada em que me encontro agora, sem saber qual é a direita ou a esquerda, não encontro o caminho. Perdi-me. Não no passado que já libertei, mas no presente que me prende e sufoca.
Nesta estrada de tantos buracos pela qual caminho, não tenho céu.
E tudo aquilo que sempre defendi e em que sempre acreditei (porque me ensinaram a acreditar) desfez-se em fumo.. em espuma.. em pequenas bolinhas de esferovite que não consegues agarrar.. em vento. "