sexta-feira, dezembro 10

Uns dizem que isto é normal. É da pressão. É do stress. É do cansaço. É do tempo. É da vida.
Desculpas é o que não falta. Conselhos são dados mesmo sem serem pedidos.
Passagem!
Tudo é passageiro. Até as pessoas que dão os conselhos. No instante seguinte evaporam-se.
3 meses.
Este é o tempo de vida que perdi. Pedi-o porque não sorri. Ou não tanto quanto devia. Não brinquei, não descansei, não me diverti, não fui eu. Ou então fui mais eu.
Incertezas!
Uns dizem que estou aqui para tirar um curso e a diversão não faz parte.
Enganos!
Faz parte. Tudo faz parte. Até dias como hoje.
Dias em que se chora, se desespera. Em que se quer desistir. Em que se põem em causa um sonho, uma vida de trabalho e esforço. Esforço e trabalho que vemos mandado ao ar como se fossem confetis. Dias assim.
Verdades!
A verdade é que isso aconteceu. Em que fui eu e o meu eu é frágil e também se desfaz. Também sofre e também desespera.
3 meses.
Foram 3 meses que estão a acabar assim.
Finais!
Assustam-me, por norma. Porém, este sabe a água no meio de um deserto. E anseio por ele. Anseio pelo momento em que finalmente me vou tornar pessoa sociável e rir.
Finais!
Venha esse fim. Férias precisam-se!

domingo, novembro 21

Vont[ades] de ir.

Num dia em que devia estar somente concentrada no trabalho, é tudo o que menos faço. O tempo urge e o trabalho parece que aumenta a cada segundo. Porém, é como se fosse outra pessoa que estivesse preocupada com o trabalho e não eu. Eu estou sentada, música ligada e pensamento ausente.

- Queria poder ir para casa.
- Mas não estás em casa?
- Estou em casa. Mas não estou no meu lar...

São coisas diferentes? Para mim são.
Houve tempos [e talvez ainda hoje isso seja uma realidade] em que quis sair de casa. Quis ausentar-me da segurança que sempre tive ali. Precisava de mim.
Contudo, hoje só preciso de voltar.
E talvez seja isso que me torna em quem sou: esta continua vontade de voltar. Eu quererei sempre voltar!
Sinto-me cansada. Tenho a alma ferida, das lutas já travadas. E sinto que o mundo é pequeno de mais para tanta batalha.
Quero aninhar-me. Sentar-me no chão. Deixar-me ir.
Quero uma caminhada que me deixe extenuada, mas de espírito leve, de alma vazia.
Tenho saudades do olhar risonho. Quero [re]aprender a dar abraços – aqueles que dizem só eu saber dar.

- Queria poder ir [já] para casa...



... e só voltar daqui a muito, muito tempo!

terça-feira, agosto 24

[In]certezas

.
"I don't know why..."

Não, não sei. De facto não sei.
Tu sabes?
É que eu não sei. Não sei e ainda estou para descobrir quem saiba.
Não sei e temo não vir a descobrir.
Ou talvez descubra.
Quando deixes de ser uma miragem, talvez consiga descobrir. Talvez as nossas mãos ainda encaixem numa perfeita sinfonia, tal como o acorde final encaixa numa melodia desafinada.
Talvez seja mesmo tudo uma questão de encaixe.
Ou talvez não
.
Não, não sei.
Não sei se quero ou se vou querer. Só sei que quis.
Tu sabes?
É que eu ainda não sei.
Não sei tantas coisas!
Talvez nós sejamos como o sol e a lua, amantes distantes.

Mas não, eu não sei.
Tu sabes?
Talvez saibas muitas coisas.
E, talvez, não saibas o mais importante.
Não me sabes a mim!




Tu sabes?
Sabes o porquê de nós?
É que eu não sei!

domingo, agosto 8

[Eu sei que estarás!]

[ #1 LETTER  #4 LETTER  #24 LETTER #28 LETTER  #29 LETTER ]

 
"Segue o teu destino... Rega as tuas plantas; ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias" [Fernando Pessoa]

- porque não cravos?
- porque as rosas têm espinhos. Se fosses cravos, era demasiado perfeito, acho.
- ahhh! bem visto!


É que as cosias são realmente assim. A vida é assim. Tem espinhos. E se nos descuidamos, picamo-nos. E isso dói.
Mas sabes o que consola? Saber que, por vezes, no meio das rosas, aparece um cravo.
E são esses pequenos cravos brancos que nos dão alento, coragem e força.
Sabes, meu pequeno cravo, há muitas pessoas que eu pensava que me fariam uma falta tremenda. De quem eu temia ficar longe e sentir uma saudade incurável. Que sempre pensei que me fariam ansiar pelo regresso.
Contudo, de todas essas pessoas, contam-se pelos dedos das mãos as que verdadeiramente me arrebatam o coração de saudade! E tu és uma delas.
É que, os nossos momentos, meu bem, são tão simples e espontâneos que quase tocam a magia.
As nossas conversas ao som do pôr-do-sol no chão sempre quente... os cafés... o beirão e a amêndoa amarga... Os encontros e os acasos... os abraços sempre leves, fortes, seguros! A segurança de um caminho feito a dois... a certeza de te ter ali, de mão estendida, de braços abertos, de ombro disponível... vestida com sorrisos rasgados ou, ocasionalmente, com a minha mágoa. Sempre pronta [ainda que apenas] para uns rápidos cinco minutos.
Cinco minutos é mais do que o tempo que a maioria das minhas outras pessoas por vezes dispõem. Mas tu consegues sempre. Há sempre tempo. E quando não há, atrasasse o relógio e roubam-se-lhe uns segundos a nosso favor. A favor do MundO*
Porque tu nunca me deixaste ficar mal. Por mais que aches que nada fazes e nada és, tu és muito. O teu abraço e o teu sorriso por vezes é tudo o que preciso para acalmar as tempestades e atenuar o rebentar das ondas.
É bom ter alguém que nos ouça, que nos procure, que se lembre de nós. É bom sabermos que, haja o que houver, teremos alguém ali, ao nosso lado. Sempre.
É bom sabermos que há alguém a quem basta dizermos "preciso de ti" e no instante seguinte, uma cidade foi atravessada e já não estamos sozinhos!
Alguma vez pensaste porque te chamo Mundo? E o que quer isso dizer?

(...)

Mesmo quando todos parecem querer magoar-me, tu estás lá, de ombro disponível.
Quando irradio felicidade, tu apareces, de sorriso rasgado, por mim.
Sinto a tua dor como se fosse minha e, por vezes, sinto que compreendes a minha melhor que ninguém! [Por vezes até que eu mesma...]
Por vezes, faltam-te as palavras... então pensas que em nada ajudas. Mas, sabes? Só o teu abraço, o nosso pôr-do-sol e o nosso silêncio é suficiente!
Já chorei por te ver chorar... Já fiz figuras tristes só para te ver sorrir.
Senti um nó no peito de cada vez que o teu olhar ficou turvo, distante, apagado... vazio. Já rezei por ti. Fiz por ti o que fiz, faço e faria por qualquer outro amigo. Porém, poucos fizeram e fazem por mim o que tu fazes. Ou melhor, poucos são o que tu és.
E tu és MundO*!


[Eu sei que estarás!]


[06/07-08-2010]

domingo, agosto 1

Val[idades]

[ #7 LETTER     #15 LETTER      #20 LETTER     #28 LETTER ]
 

Nos últimos anos tenho vindo a aperceber-me da matéria que verdadeiramente o mundo é feito. Tudo tem prazo de validade. Até as pessoas.
É assustador pensar assim, mas é verdade.
Temos (ou somos?) a validade de umas férias de verão.. de alguns dias de aventuras.. de um ano de aulas.. Temos a val[idade] que nos dão. Depois, reduzem-nos a lixo. A va[l]idade acaba e já não prestamos mais. Somos deixados de lado.. atirados para um canto qualquer à espera que alguém venha e resgate a nossa val[idade]. Que vá a uma loja e nos compre (às vezes, infelizmente, apenas porque somos mesmo o produto mais barato..) e nos guarde.. até que a [val]idade expire [e nos deixemos de respirar!]...
Vamos à loja e pedimos o produto mais barato e com o menor prazo de validade possível.. para que se estrague depressa e não dê muito trabalho. É que assim dói menos. Se o prazo for muito longo, criam-se laços.. e, as fitas de seda, quando desatadas, rasgam a alma. Destroem-nos. Deixam-nos em cacos. Em pior estado que uma boneca de porcelana quando parte, mesmo que tenha sido atirada de um 30º andar com toda a violência e caia, cá em baixo, com uma brutalidade tal que não sobre mais nada para além de pó. Sim, é pior ainda. De nós, nem o pó resta para contar a história.
É curioso este mundo onde se consomem drogas [drogas não menina, é um nome feio! Isto são apenas estimulantes, sabe como é.. dizem uns] .. se ingere álcool como se fosse água [para não desidratar, dizem outros] .. e tudo é normal, aceitável e compreensível. Mas falamos em pessoas.. e tudo ganha um prazo de validade.
Penso que, a primeira pergunta que devemos então fazer alguém quando a conhecemos, não é o seu nome, a sua idade nem os seus sonhos. É sim, qual é o seu prazo de validade. É que, se for pouquinho, ao menos sabemos que não nos podemos armar em principezinhos e sonhar com raposas e rosas.
Andamos, constantemente, a ajustar os nossos prazos de validade aos das outras pessoas.. e, por vezes, a fazê-las ajustar-se aos nossos. "É a vida, menina. É a vida!" .. Oh, se é! Mas sabes, eu sempre soube que tinhas um prazo de validade. Sempre soube quando ia acabar. E digo-te mais.. "um dia pode saber a uma vida, se for vivido como nós o vivemos!"







 Não podíamos, simplesmente, ter validade vitalícia? 
Não poderias, tu, conceder-ma?

Letters to..

Vi este género de desafio aqui.. e achei que seria uma boa oportunidade para recomeçar a escrever. Irei tentar fazê-las todas. Não pela ordem e possivelmente alternando com outros textos... Aqui fica a lista de todas as cartas propostas. [Algumas serão, até, (possivelmente) agrupadas].


#1 LETTER TO YOUR BEST FRIEND

#2 LETTER TO YOUR CRUSH
#3 LETTER TO YOUR PARENTS
#4 LETTER TO YOUR SIBLING (OR CLOSEST RELATIVE)
#5 LETTER TO YOUR DREAMS
#6 LETTER TO A STRANGER
#7 LETTER TO YOUR EX-BOYFRIEND/GIRLFRIEND/LOVE/CRUSH
#8 LETTER TO YOUR FAVOURITE INTERNET FRIEND
#9 LETTER TO SOMEONE YOU WOULD LIKE TO KNOW
#10 LETTER TO SOMEONE YOU DON'T TALK AS MUCH AS YOU'DE LIKE TO
#11 LETTER TO A DECEASED PERSON YOU WISH YOU COULD TALK TO
#12 LETTER TO THE PERSON YOU HATE MOST/CAUSED YOU A LOT OF PAIN
#13 LETTER TO SOMEONE WHO YOU WHIS TO BE ABLE TO FORGIVE YOU
#14 LETTER TO SOMEONE YOU'VE DRIFTED AWAY FROM
#15 LETTER TO THE PERSON YOU MISS THE MOST
#16 LETTER TO SOMEONE THAT'S NOT IN YOUR CITY OR COUNTRY
#17 LETTER TO SOMEONE FROM YOUR CHILDHOOD
#18 LETTER TO THE PERSON YOU WISH YOU COLD BE
#19 LETTER TO SOMEONE WHO PESTERS YOUR MIND - GOOD OR BAD
#20 LETTER TO THE ONE THAT BROKE YOUR HEART THE HARDEST
#21 LETTER TO SOMEONE YOU JUDGE BY THEY FIRST IMPRESSION
#22 LETTER TO SOMEONE YOU WANT TO GIVE A SECOND CHANGE TO
#23 LETTER TO THE LAST PERSON YOU KISSED
#24 LETTER TO THE PERSON THAT GAVE YOUR FAVOURITE MEMORY
#25 LETTER TO THE PERSON YOU KNOW THAT IS GOING THROUGH THE WORST OF TIMES
#26 LETTER TO THE LAST PERSON YOU MADE A PINK PROMISE TO
#27 LETTER TO THE FRIEDIEST PERSON YOU KNEW FOR ONLY ONE DAY
#28 LETTER TO SOMEONE THAT CHANGED YOUR LIFE
#29 LETTER TO THE PERSON THAT YOU WANT TO TELL EVERYTHING TO, BUT YOU ARE TOO AFRAID TO
#30 LETTER TO YOUR REFLECTION IN THE MIRROR

terça-feira, junho 15

Palavras soltas

Uso as palavras .. troco-as.. brinco com elas.. Para que tudo fique longe de se entender...
Baixo a cabeça.. tantas e tantas vezes.. Para que não possam ver no meu olhar tudo aquilo que escondo nas palavras...
Sorrio.. mesmo quando a vontade me falta.. Para poder dar aos outros a força que necessitam para continuar...

Uso as palavras...

Uso-as.. a cada momento.. Em tudo o que faço.. Porque tantas vezes não as sei dizer.
E sei que aí, nessas alturas.. Tu estarás presente.
Para ler.. e perceber o que mais ninguém consegue entender...
Para me levantar a cabeça.. Olhar-me nos olhos.. Dar-me um abraço.. Pegar-me na mão e caminhar comigo. Seguindo ao meu lado. Sempre.
Para seres tu a dar-me o teu sorriso.. por saberes que o meu é frágil..
Para me dares a força que necessito para continuar.

Sim. Sei que vais estar.
Se não sempre, o tempo necessário para eu aprender e crescer.
O tempo necessário para que tudo em nós se torne mágico.
O tempo necessário para que tudo se torne inesquecível.
Se não sempre...
O tempo necessário para que eu encontre as minhas asas...
E aprenda a voar!




Voei.

sábado, junho 12

Outono [perd]ido

Por onde ando?
Por onde ando eu a caminhar?
Sinto-me perdida, exausta.
Eu não sei [guar]dar as coisas importantes...
Estou sempre a perder-me!
Perderei também os outros?
Começo a sentir que sim...
Um mundo enorme...
Sozinha?
Penso muitas vezes como seria a minha vida se não tivesse dado tantas voltas...
Seria feliz, ali, onde a água do mar é quente e sabe bem? Onde as crianças podem ser crianças e os adultos simplesmente adultos? Onde nestes dias já se viam as casas decoradas... E os meninos andavam já ansiosos...
Teria sido feliz?
Quero acreditar que sim...
É que, sabes?
Não o sou.
Não hoje. Não agora, Não há muito tempo.
Procuro dentro e fora de mim...
Sinto-me inútil.
Não encontro nada de novo.
O meu coração de retalhos está vazio...
As folhas espalhadas pelo chão... Outono!
Os meus sonhos também são outono...
Espalhados. Caídos.
Eu já não sei onde. Não os encontro.

Hoje eu não tenho coração. Deixei-o em casa.
Guardado. Na gaveta. Dentro do armário.
Esquecido?
Talvez. Talvez esqueça demasiadas coisas...
Eu não encontro caminhos. Já não sei caminhar...
Apenas encontro curvas, cruzamentos e becos sem saída.
[Perd]ida. [De] [par]tida.




Serei eu, ainda, a criança que tem o sorriso no olhar?

domingo, maio 30

Amanhã.

Hoje entendo o que falhou em nós.
É que, quando foste embora, esqueceste-te de fazer as malas. Deixaste a casa desarrumada. E são - foram! tenho que aprender a conjugar-te no passado, de vez - as tuas coisas que andaram por aí espalhadas em mim. Só que tu soubeste fazer as coisas. Não fizeste as malas mas levaste a pá e a vassoura. Mas o que se passa afinal? Não querias que eu te soubesse limpar?
Fizeste as coisas de tal forma que eu não conseguia sequer distinguir o que era meu, daquilo que era teu, daquilo que deixaste em mim. O que era eu, e o que eras tu[?].
Acho que tinha os sentidos congelados. Ou terão sido os sentimentos?
Mas agora veio o calor e não há gelo que resista. Nem bela adormecida que durma para sempre. 
Amanhã vou fazer a mala que não levaste. Mas amanhã. Só amanhã.
Hoje estou cansada.
Amanhã faço as tuas malas, deito o lixo fora, arrumo e limpo[-me]. [Re]decoro[-me] tudo se for preciso. Amanhã ponho-te fora [de mim] e mudo as fechaduras. Aprendo a viver sem ti.
Mas amanhã. Só amanhã.
Amanhã, talvez.



.

domingo, maio 23

Encontrando[-me]... [2]

"Começou numa pequena noz de dor bem no meu intimo, mas esta foi crescendo cada vez mais até se transformar numa sufocante bola de sofrimento. Ela tinha morrido. Nunca mais voltaria a vê-la. Nunca mais voltaria a falar com ela. Nunca mais iria pegar-lhe na mão e chamar-lhe preguiçosa pateta. Nem senti-la a puxar-me os cabelos e ouvi-la dizer-me para parar de ser uma chata com cara de poucos amigos. Nem ficar apenas sentada com ela a ver televisão. Derramei a primeira vaga de lágrimas. Ela tinha-me abandonado. Eu tinha-a deixado, mas ela tinha-me abandonado a mim para sempre. A minha melhor amiga tinha morrido.
O meu corpo balançou-se novamente quando as lágrimas caíram numa nova torrente. Eu queria chorar assim desabar e ir-me abaixo."





 Peço todos os dias que voltes... que ocupes a cadeira que ficou vazia, a meu lado. Que venhas e me abraces... Que venhas e me digas que estou errada.. que as coisas não são assim. 
Que com o teu tom doce e meigo me digas que vai haver sempre alguém pela vida fora que terá a capacidade de me magoar, directa ou indirectamente. Que acontecerá sempre algo e que a vida não é a perfeição que conhecemos nos contos de fadas.
Mas, agora, queria que viesses e te sentasses na mesa, em frente a minha... voltando ao nosso tempo perfeito. Perdoa-me.
Perdoa-me pelas tantas vezes que rejeitei a tua mão quando, sempre disponível, ma estendeste, disposta a ajudar-me a erguer novamente. Pelas tantas vezes que não te soube reconhecer ao meu lado.
Dizem que quando perdemos alguém, reconhecemos sempre a sua importância na nossa vida. Reconhecemos o seu verdadeiro valor. E eu hoje reconheço-o. Perdoa-me por não o ter feito no tempo devido... por, principalmente, nem sempre te ter dito que gostava de ti. Nem sempre o ter demonstrado, escondendo-me por trás da máscara da indiferença, da frieza. 
Máscaras. 
Foste tu que me ensinaste o que elas significavam... E foste tu que me disseste que a minha era a da segurança. Segurança que não tinha. Que perdi.
E perdi-te a ti.
Perdi-te.



Palavras para quê?
Fazes-me falta...

terça-feira, maio 11

Teorias

Apetece-me chorar, gritar.
Ainda há alguns minutos atrás estava eléctrica, cheia de energia.
Foi uma descompressão, diria ele.
Ele...
Esse mesmo que causou esta inconstância em mim. Esse mesmo que tinha teorias para tudo... mas esse mesmo que se esqueceu e fez 'delete' da nossa teoria. Como se tudo fosse apenas um rascunho. E talvez não tenha passado realmente disso. Porque, realmente, a história não passou da meia página. Foi feita a lápis. E, o pior, é que foi ele quem ficou com a borracha.
Apagou-a.
Apagou a nossa e criou outra história... outras histórias... com novas personagens e novos enlaces...
E eu fiquei sentada no [col]chão, na pedra fria, no banco de jardim onde ele me deixou antes de partir.
Tudo não passam de teorias e eu tirei zero nesse exame. Ele era exigente e eu uma cabeça no ar, a viver no mundo dos sonhos, num conto de fadas que nem dei conta que existia. Julgava-me cinderela sem sapatos... e por isso caí da escada. Tropecei. Caí. E fiquei no chão. Mas ele não foi atrás de mim, não correu. Não me salvou. Ele simplesmente seguiu em frente e eu fiquei ali, de joelhos cortados [ou coração rasgado?]...
Mas tudo não passam de teorias...
E na teoria da vida não há espaços para 'se' nem porquê.
E, a única certeza que hoje tenho, é que tudo na minha vida não passa de um talvez.
Porém, tudo são apenas teorias...



[09-05-2010]

terça-feira, maio 4

Coração de porcelana [1]

Um dia alguém disse "Não te deixarei cair. Não te deixarei tocar no chão"
Lembras-te?

Queria aquele cantinho onde essa foto foi tirada.. onde aqueles sorrisos foram oferecidos e as gargalhadas soltas.. na pura inocência da nossa felicidade e vidas "perfeitas". Aqueles abraços apertados e as mãos dadas. Queria-te aqui agora para me dizeres, com a sinceridade que mais ninguém sabe, aquilo que realmente sou.. aquilo que realmente valho.
Disseste-me que a universidade seria um verdadeiro teste a minha personalidade e se eu o superasse, era porque eu era realmente a pessoa que conheceste. Não sei em que ponto desse teste vou nem qual a minha pontuação. Mas sei o quanto por vezes me custa estar aqui.
Esta é a minha cidade e tenho aqui Grandes Pessoas, é verdade. Porém, também há aqueles dias em que só queria as minhas pessoas de sempre, capazes de ler o meu olhar e interpretar os meus sorrisos. Capazes de saber quando os meus silêncios me denunciam.. e perceber quando as lágrimas estão a querer mostrar-se.
Porque a ti, minha pequenina, um dia dediquei-te aquela frase.. porque a ti pedi-te, quase num sussurro que nunca deixasses cair as pontes entre nós. E só para ti me recusei escrever no dia em que sabíamos que os nossos caminhos começavam a ser paralelos.. no dia em que sabíamos que viria a mudança. Contudo, também foi nesse dia que soubemos que se fossemos capazes de manter as nossas linhas cruzadas, sem desatar as nossas fitas, então seríamos também capazes de mandar no nosso destino e fazer a nossa história.
A ti, querida, tenho pavor de desiludir. Mas sei que, mesmo que isso aconteça, a ti não te irei perder.
Tu não és só mais uma. Tu és especial.

Hoje, só queria um abraço.. sem perguntas, sem palavras. Só o abraço e o silêncio. Aquele que tantas vezes me fez desabar e deixar o mar rebentar. Mas tu não estás aqui. E eras tu quem eu mais queria agora.
É que as desilusões são como o rebentar das ondas num dia de tempestade.. quando vem, vem todas de uma só vez!
É que as pessoas são areia que se esvai por entre os dedos. E quando damos por nós, sentimo-nos de mãos vazias.. E vemos no ar um balão, que se afasta de nós por mais que o tentemos alcançar.
É que hoje não quero dar explicações.. Hoje só queria sentar-me no chão, com o nosso silêncio e desabar. Saber que teria alguém a meu lado capaz de me compreender, mesmo sem palavras. E sei que te tinha. Porque tu adivinhavas sempre.
Contudo, aqui não tenho. Não tenho ninguém capaz de adivinhar quando preciso de um abraço ou de perceber quando preciso de falar. Aqui, ninguém me sabe ler. Aqui...
Aqui sou eu, no meu eu mais natural, espontâneo e sincero. E talvez seja por isso que aqui ninguém me sabe ler.
 Sabes, talvez seja eu que tive nota negativa no teste que me falaste. Se calhar preciso de estudar mais...
Acho que vou a exame.
E sabes, meu bem? Sei que quando chegar ao final, terei boa nota. E, espero que sejas tu a dar-me o abraço que hoje me falta e a dizer-me que consegui a Licenciatura da Vida.


[Hoje fazes-me falta.]

quinta-feira, abril 15

And I want to see you when I open my eyes again.

"E não importa o quão boa seja uma pessoa, mais cedo ou mais tarde ela vai magoar-te e vais precisar perdoa-la por isso!"



Pode ser o colega de carteira, o amigo do amigo, o familiar mais divertido, ou até o outro que raramente vemos, pode ser o nosso amigo, o nosso melhor amigo, um companheiro, a pessoa de quem gostamos, o namorado, o pai, a mãe, um elemento da família emprestada, um alguém que simplesmente só está para o mau, ou aquele que só nos acompanha nas festas, pode ser alto, como pode ser baixo, pode ser branco, como pode ter cor, pode ser feliz ou menos alegre, pode-nos ser importante, como também pode não nos significar nada...
Pode ser a pessoa que mais falta nos faz, como a pessoa que não nos faz falta nenhuma! Pode ser ele, ela, este ou aquele... Pode ser hoje, como amanhã, e até mesmo, além ou depois disso! Pode ser já aqui, ou ali!
Não tem dia certo de acontecer, não tem espaço exacto onde decorrer, nem pessoa definida para o fazer!
Um dia, em qualquer lugar, alguém, mais importante ou menos importante na tua vida, melhor ou pior que os outros, vai-te magoar! Vai-te fazer sofrer por querer ou sem querer! Vai fazê-lo de propósito ou vai acabar por sofrer com o que te fez!
Vai agir sem pensar uma e outra vez, vai desiludir-te e desiludir-se, vai tentar corrigir um erro cometendo outro igual; vai tentar ajudar-te, deixando-te pior; vai tentar fazer-te feliz, magoando-te sem querer; vai tentar dizer-te a verdade, mesmo que para isso te tenha de mentir; vai querer ter-te por perto, mas vai conseguir fazer com que te afastes; vai dizer aquilo que não queres ouvir; vai espalhar o que querias segredo; vai fazer-te sentir pior que àquilo que és, vai fazer algo que te magoa... E é nesse dia, nesse lugar e com essa pessoa que vais ter que ser forte e perdoar! Tentar perceber o porquê daquilo, entender que errar, todos erramos; que felizes nem todos somos, mas que quem não é, muitas vezes, é porque não quer!
Vais ter que suportar aquilo que de mau sentes para que depois te possas sentir melhor; que aprender a ouvir e calar; que dar razão a quem provavelmente achas que não a tem; que apoiar mesmo que doa; que saber ouvir e mesmo que magoe, continuar ali presente; que aprender com os erros, os nossos e os dos outros; que saber pedir desculpa e, acima de tudo, que desculpar! Vais ter que não julgar e respeitar; vais ter que aprender a viver com a diferença ou com a igualdade; vais ter que perceber que a amizade/o amor verdadeiro/a, é aquele/a que se baseia na confiança, num pedido de desculpa, mas acima de tudo, que se baseia num "eu perdoo"..
E perdoo porque estou aqui, para o bom e para o mau, para pedir desculpa e para saber desculpar! Para sorrir contigo, mas antes disso para chorar junto de ti! Para ir às festas, mas também para me abraçar a ti e chorar contigo no canto mais feio do mundo! Para te seguir concordando ou discordando contigo! Para perdoar, porque afinal eu também já caí e já errei.. E foi aí, quando e onde isso aconteceu, que eu também precisei de alguém assim como tu, para me ajudar a levantar, visto que sozinha, tenho a certeza, nunca o iria conseguir fazer!

quinta-feira, abril 8

Desafio! [2]

Passado meses deste desafio ter sido lançado, cá estou eu a concretiza-lo. A minha Catarina [pessoa que me passou este desafio] sabe bem que não resisto a um desafio e que, como tal, iria ser uma das pessoas que lhe responderia. (: Talvez não o tenha feito tão prontamente como esperado, mas o que importa é que aqui está!
Obrigada meu anjo.. deste-me semanas de pura atenção a mim e ao meu dia-a-dia. É que, sabes, nunca tinha reparado na quantidade de "manias" que tinha! (:


O desafio é o seguinte:
Regras simples, cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". [Cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue].

Assim sendo, as minhas manias são :
  1. Não conseguir estudar ou trabalhar sem música (ou outro som qualquer) como ambiente de fundo.
  2. A primeira coisa que faço quando acabo de tomar banho é secar a cara.. simplesmente não gosto da sensação de ter o rosto molhado!
  3. De olhar o céu e procurar as estrelas, todas as noites, esteja onde estiver.
  4. De me sentar no chão quando quero ter uma conversa séria com alguém.
  5. [E por último, mas nem por isso menos importante] Dizer as pessoas de quem gosto, todos os dias, “Gosto muito de ti” (:
Os cinco blogs são:
  1. Letras no caminho (E isto é para TODOS os contribuidores deste blog. E todos devem fazê-lo, porque não?, aqui no letras) =D
  2. Pedacinhos de coração
  3. Zoo.Lógico 
  4. Somewhere over the rainbow
  5. Um chocolate à chuva

segunda-feira, abril 5

O início do fim

Já há muito que não faço um rascunho daquilo que escrevo. Como sempre fiz.
Talvez porque já não faça também um rascunho da minha vida. Já não planeie. Já não pense tanto nos pormenores de 'como vai ser' o amanhã.
Talvez porque a ponderação excessiva voou com o balão que larguei ao ar.
Ou talvez porque tu me ensinaste a ser assim. A deixar o mundo girar. A viver um dia de cada vez.
Porém, tu também foste. 
Sempre pensei que não terias coragem suficiente para largar o nosso balão, que teria que ser eu a fazê-lo, um dia. Só que tu surpreendeste-me [como fizeste o tempo todo] e largaste-o primeiro que eu.
Soube que isso era o fim.
O fim de uma história que nem sequer começou.

Soube que era o fim quando, ao fechar a porta, os nossos olhares se cruzaram e se demoraram um no outro. Como se quiséssemos guardar aquele momento para um dia colar no nosso álbum de memórias. Perdurando-o no tempo. Temendo pelo que viria a seguir. Assim ficamos, de coração nas mãos, a olhar-nos. Não fomos capazes de dizer adeus. Ainda hoje não o somos.

- "I miss everything that did not live with you"
- "O que não viveste comigo aproveita e vive agora"

Soube que isto era o fim.
Contudo, ao ver uma estrela cruzar o céu, foi por ti que velei. Foi a tua presença que desejei. Foi a ti que desejei que seguisse e protegesse.
Foi por ti.

- "There's the man that I chose.. There's my territory.."
- "Never happy, not satisfied. Always complains for nothing. Hopes an dreams are fading away.."

Sim. Eu não sei porquê. 
Não sei mesmo.
Sei apenas que o caos que criaste na minha vida foi demasiado intenso para se largar no meio da rua, como quem deita fora um guarda-chuva partido num dia de tempestade. Durou demasiado tempo para que possa dizer que se esquece passado um par de dias. Ou talvez não tenha durado assim tanto. Tu é que perduras-te.
Sabes.. é que não sei bem do que sinto falta em ti. Só sei que sinto.
Mas terei saudades de ti... ou da inocência que eu tinha quando te conheci?


sábado, abril 3

[Re]volta

O medo de adormecer volta. O medo de ficar sem [sonh]ar... ou [sonh]ar demais?
Volta o medo de escrever. O pânico do escuro. O frio da ausência.
Recomeça a falta de palavras.. e a dor da sua ausência..
A angústia de não conseguir rebentar... de ser como aqueles balões que se compram na feira e que, se não cuidarmos deles, voam até os perdermos de vista.. [e eu voei!]
Voei e perdi-me de vista. Desencontrei-me com o céu. Não soube lá chegar.
Nem soube comprar os sonhos.. perdi-me no caminho para a loja.
Dissera-me que a estrada era aquela.. que o caminho certo era por ali.. e eu fui. Porém, tudo o que encontrei foi um beco sem saída.. onde não havia respostas, nem verdades.
Não tinha braços estendidos à minha espera, nem ombros gratuitos.
Esses, perdi-os também.
E fiquei eu.
Somente eu.





[Um dia vou descobrir o caminho certo.
Descobrir como se segura o meu balão.
Chegar às nuvens.]

quinta-feira, março 25

Pontos de Luz

[19-03-10]
Sempre me disseram que ao vir para a faculdade as coisas iriam mudar... e que eu própria iria mudar muito. Sabia e tomava isso como uma verdade. Não sabia é que seria tanto e duma forma tão "profunda".
Quantos de nós já não nos vimos em encruzilhadas?.. 
Quantos de nós já não tivemos momentos em que nos apeteceu largar tudo.. os nossos sonhos, os nossos objectivos, negar os nossos ideais.. e simplesmente desistir?..
Quantos de nós já não pensamos se o caminho que escolhemos e percorremos seria o certo?..
.. se as pessoas em que escolhemos foram as correctas..
.. se confiávamos nas pessoas certas..
Quantos de nós já não duvidamos da verdade e pusemos tudo em causa.. inclusive nós próprios?
Quantos de nós...

"Para tudo há um fim. Sei-o agora."
Um fim nem sempre implica um 'adeus'. Um fim pressupõem [quase] sempre um (re)começo. Uma nova oportunidade. Uma mudança. Uma nova primavera.
O meu fim pode ser o inicio de alguém.
Contudo, os finais doem sempre.
E este doeu.
Mas, mais que o final, doeu o 'entretanto'. Aquele tempo de espera em que perdemos todas as certezas e em que a verdade nos parece inalcansável.
E, quando finalmente a alcançamos, desejamos voltar atrás.. porque, por vezes, dói demais.

Contudo, "Não importa o quanto algumas pessoas o decepcionaram, você ama-as, não pode apaga-las da sua vida. Mesmo que as apague do seu consciente, não as apagará do seu inconsciente."

E, nestes dias de chuva, aprendi que por vezes temos de perder para ganhar..
.. perdoar os outros é difícil, mas perdoar-nos a nós mesmos é ainda mais..
.. há 'perdões' que não se conseguem dar..
.. para aqueles que nos querem 'destruir', um sorriso é a melhor arma..
.. na escuridão, há pontos de luz vulgarmente chamados de amigos, que nos guiam e não nos abandonam!
.. posso confiar a minha vida, de olhos vendados, no escuro.. porque há pessoas que realmente gostam de nós, mesmo que tenhamos todos os defeitos chapados na cara.
.. a gentileza, bondade e um sorriso sincero, destroem até o mais duro coração.
.. não adianta sermos quem não somos. As pessoas não vão gostar mais de nós por isso.
.. quem realmente gosta, não abandona.
.. há 'perdões' que o nosso coração dá automaticamente, mesmo que a cabeça não deixe ou não queira
.. que a 'voz' do coração acaba sempre por ser mais forte e vencer..
.. os olhos não mentem. E há realmente bons leitores de olhares! E eu aprendi a sê-lo..
.. nem sempre desistir significa perder. Por vezes desistir, apenas mostra o quanto somos fortes e capazes de saber quando vale a pena parar de lutar.
.. perdoar não é esquecer. Mas nós podemos sempre comprar um pouco de 'amnésia' na loja da esquina e seguir em frente.

E, mais importante que tudo o resto.. aprendi que tenho comigo pontos de luz realmente fortes, fieis e sinceros. E, a eles, devo o meu sorriso. Por eles, sorri e sorrio. Sem eles, a escuridão seria insuportável. 
No fim de tudo? Aprendi que ainda nada sei. Porém, não preciso de saber para sentir. E hoje, sinto-me 'vazia'. 'Vazia' mas completa! Completa e feliz.




[25-03-10]

quarta-feira, março 10

... for you! ,

(Everything I Do) I Do It For You
Bryan Adam


Look into my eyes
You will see what you mean to me
Search your heart, search your soul
And when you find me there
You'll search no more

Don't tell me
It's not worth trying for
You can't tell me
It's not worth dying for
You know it's true
Everything I do, I do it for you

Look into your heart
You will find
There's nothing there to hide
Take me as I am, take my life
I would give it all
I would sacrifice

Don't tell me
It's not worth fighting for
I can't help it
There's nothing I want more
You know it's true
Everything I do, I do it for you

There's no love like your love
And no other could give more love
There's nowhere, unless you're there
All the time, all the way!

Look into your heart, baby...

Oh, you can't tell me
It's not worth trying for
I can't help it!
There's nothing I want more.
Yeah, I would fight for you!
I'd lie for you!
Walk the wild for you!
Yeah, I'd die for you

You know it's true
Everything I do, ooooh,
I do it for you...




[Para a melhor Madrinha
... porque estarei sempre a teu lado!
És o meu orgulho.]

sábado, março 6

Até amanhã.

Fechei-te n[um]a gaveta. Arrumei-te. Disse-te até amanhã e dei volta à chave.
Tu não tinhas forças para o fazer. Ou não querias.
Agradava-te o facto de eu ter a gaveta aberta para que pudesses sair quando quisesses, mesmo que eu não o quisesse. Então fechei-te.
Não soubeste merecer essa vida que te dei, essa abertura da minha gaveta. E, numa das vezes em que saíste [a última, eu sei], quase deitavas a gaveta ao chão e a fazias em cacos, tal era a tua força.
Por isso tive que te fechar.
Desculpa.
Há dias em que é melhor assim. Fechar-te. Dar a volta à chave e dizer 'até amanhã'.


quinta-feira, março 4

Que devemos fazer quando tudo dentro de nós, está apertadinho, com as lagrimas prestes a rebentar mas ja sem força?
A vida nao pára de girar. A ultima vez q aqui escrevi, tinha o marcio acabado de ter o acidente e isso fez me pensar, parar e reavaliar as minhas decisoes, amizades e atitudes.
...
Hoje o Marcio esta practicamente curado, nao nos falamos ha meses, a (nessa altura) namorada dele, ja teve mais uns dois ou tres... Eu ja corri mundos e fundos para me encontrar, para nao chorar, para pereceber as minhas prioridades, para dar valor a quem realmente me ama e so consigo ficar incomodada com quem me quer mal... os maus da fita sao sempre os q se esforçam por esquecer tudo o q atormenta, e a vida sorri a quem usa os golpes mais baixos para subir...
Sera q alguem sabe o q quer? eu nao sei o que quero...
ja sei... quero senti me mais pequenina ainda. pequenina de colo, para poder nao me preocupar, apenas chorar qnd tem de ser. para nao estar apertada, com o sorriso fingido. ja nao sei o q é uma verdadeira gargalhada, como antes na vida a serio, onde dentro de tudo o q havia mau, tinha as verdadeiras pessoas ao meu lado para apenas... me darem um olhar.
Hoje procurei o q antes me fazia sentir bem e nao encontrei nada nem ninguem... nao ali como antes qnd a minha vida era cheia de facilidades e boas pessoas...
-Antes?
-Sim, antes...
-Quando, quando era o antes? Ha qnt tempo?
- ... Nao sei,... ja nao me lembro...

domingo, fevereiro 28

Encontrando[-me]... [1]

" Amar deve ser isto: deixar partir aqueles que amamos, porque, se os amamos, já os temos para sempre connosco. Amar talvez seja a melhor forma de ter alguém, e ter alguém talvez seja a pior forma de amar. "






[Margarida R.P. - Alma de Pássaro]

sábado, fevereiro 20

passa[gem]

...
porque a vida continua a passar por mim e a ver-me de braços cruzados, sentada numa esplanada de café... à espera de um vendedor de balões [de sonhos?]

...
a vida continua a passar e eu continuo aqui à espera que passes com ela!

...
continua a passar e, por mais que [eu] feche os olhos, continuo a ver-te diante de mim.. como antes, como sempre.


...
Para ti, faltam-me sempre as palavras.
Porque, sabes?
Eram precisas demasiadas palavras para descrever o quanto és importante para mim... quase tantas como inventar um novo dicionário!
Fazes-me falta.

terça-feira, fevereiro 16

Coração de porcelana

- Queria um abraço...
- Fecha os olhinhos.. imagina que te estou a apertar muitoooo
- Precisava mesmo dele...

Não consigo aguentar[-me] mais, ser forte, quando sei que parte de mim foi-se no domingo.. no mesmo momento em que fui obrigada a dizer adeus.. No mesmo momento em que vi quem amava partir, deixar-me. No mesmo momento em que me senti ruir... em que senti que dentro de mim rebentava o mar.
As palavras vão-se.. Ficaram presas naquela rosa branca. Nos tantos abraços trocados.

- Preciso de um abraço.

Tenho dentro de mim um pedido silencioso de socorro, de conforto.. Um grito que teima em não sair.. Um mar que teima em não rebentar, rebentando por dentro.
No fundo, só não me perdoo ainda. Não me perdoo nunca te ter olhado nos olhos e ter-te dito o quanto me eras importante.. nunca te ter dito que gostava realmente de ti.. o quanto és importante.. o quanto a tua presença e o saber que te veria em qualquer altura foi importante durante aqueles quatro anos.. o quanto os sorrisos, o conforto e as palavras sempre certas me davam alento.. o quanto me soubeste transmitir força e dar segurança de cada vez que o meu mundo ruia. Agora foste.. e ainda não entendo porquê! Foste..

- Preciso realmente de um abraço!

Faltas tu para mo dar. Faltas tu para me dizer que 'vai tudo correr bem'. Faltas tu para acreditares em mim quando nem eu própria acreditava que era capaz.
Foste.. E quem ficará.. e será capaz de ser tudo aquilo que foste?
Mas tu foste.. quem será capaz de [me] consertar?
Foste...


Até amanhã.
Será sempre, amanhã...




[Foste e levaste parte de mim!
Cuida de mim.
Sei que cuidarás!]

Uma professora, uma amiga... uma segunda mãe!
Para sempre.

terça-feira, fevereiro 2

Eternas crianças.

Apetece-me sair a correr, agora mesmo e ir ter contigo. Dar-te um abraço forte, aninhar-me em ti e explodir. Lembras-te quando, sentada contigo no chão, na relva ou noutro sítio qualquer me deixava simplesmente soltar? Deixava-me simplesmente explodir? Queria tanto. Queria tanto sentar-me contigo no chão e libertar-me!
As pessoas são estranhas. Poucas, muito poucas gostam de se sentar no chão. E aquela que encontrei que gostava de o fazer, foi embora. Ou vai.
Quando crescemos, sentar no chão parece-nos sempre inapropriado. Sentar no meio da rua só porque sim, não se ajusta nos padrões que estabelecemos como certos. E por isso nós gostávamos de o fazer. Porque sempre fomos diferentes. Em tudo. Até na nossa amizade o éramos (somos!). Sempre quisemos marcar pela diferença. Sempre gostamos de ser crianças e, se nos olhassem de lado por isso, nos riamos.
Ninguém percebe (ou então sabem, percebem, mas não o querem admitir) o quão é bom sentar no chão. Rir. Chorar. Qualquer coisa era boa naqueles momentos! Nos nossos momentos!
Apetecia-me sair a correr. Ir ter contigo. Dar-te um abraço e dizer-te, mais uma vez, o quanto me és importante! Lembrar-te o quanto me és especial e o quanto preciso de ti. Porque tu sempre foste aquela que conseguia ter tudo de mim. Aquela que me fazia falar, mesmo nos piores dias. E tinhas sempre as palavras certas.. e, quando estas faltavam, tinhas sempre um abraço seguro.
Apeteceu-me, apetecia-me e apetece-me sair a correr. Ir ter contigo. Fazes-me falta.
Contigo era sempre tudo diferente. Contigo sabia que nunca caminhava sozinha. Que nunca chorava sozinha. Que nunca estava sozinha.
Tu tinhas sempre uma mensagem, um post-it, um recado rabiscado num sítio qualquer... um sorriso.
... Ir ter contigo.
Só para ter a certeza que ainda continuas aí!





[As forças faltam-me para correr. Anda, por favor, e senta-te comigo. 
Não quero mais sentar-me sozinha neste chão que sei de cor!
Abraças-me?]

quarta-feira, janeiro 27

[In]coerência [in]coerente.

Pensamentos incertos. Certezas[in]. Conflitos de paz. [Des]Espero.
Agora! Já! Ou talvez amanhã.
Incoerência coerente. Dúvidas de crente.
Sufoco de liberdade. O escuro n[d]*a claridade.
Um dia. O amanhã talvez [mas porque não o agora?]. Porque há medo... medo de ir embora. Quero guardar o hoje junto com o outrora. Acender a luz e ver o preto ir embora. Clarear o branco e deixa-lo quieto a um canto. Correr no escuro, sair do barulho. Fugir à rotina, fechar a gaveta com a palavra "menina". Acreditar que sou normal, que o mundo é real... buscar um sonho, sem ter medo de o criar.
Quero... apenas quero... saber limpar-te e deixar-te ir. Abraçar-te e saber que se o amanhã não vier é porque não tinha de vir.
[Aceitar que] Gosto de ti.
E isto é tudo o que, no meio da minha coerência incoerente, consigo definir [sentir?]...





"Quando há medo de ir embora, é porque vale a pena ficar... Quando não temos medo da despedida, é porque já fomos embora com o corpo presente."

terça-feira, janeiro 19

Mundo [do] tr[avesso]


O que seria de... se...?

Se hoje fosse amanha e amanha fosse hoje, como seria?
E se de repente o dia fosse escuro, e a noite se tornasse em dia?

E se o certo se tornasse incerto como iríamos viver?
Será que tudo seria tão maravilhoso como pensamos ser?

Como seria se o mundo fosse pintado de preto e branco?
Como seria se o tudo fosse nada e o nada fosse tanto?
Qual seria a cor da paz nesse mundo tão escuro?
Que sentimento usaríamos nós como nosso escudo?

Como seria se o amor fosse ódio, e o ódio fosse amor?
Conseguiríamos nós viver num mundo sem rancor?
E se os rios fossem as montanhas e o céu, o mar?
Como seria se os pássaros andassem e nós soubéssemos voar?

Como seriamos nós sem a nossa própria liberdade?
Como seria termos de fazer tudo contra a nossa vontade?
Como seria o Homem sem a sua liberdade de expressão?
O que seria do Homem se fosse proibido de sonhar com o coração?

Como.. se.. o que importa como seria e como será?
Não seremos nós mesmos a maior descoberta que há?

E quando o Homem mexe com o mundo e este com o Homem...
Não será melhor viver o presente e esquecer o amanhã e o ontem?

O hoje não importa para o ontem, nem o ontem para o amanhã
Tudo será único se aproveitarmos o que a vida nos dá
Podemos viver o ontem no hoje e o hoje no amanha
Porque no final, tudo será igual

O mundo é igual a nós mesmos e sempre será assim...
Não adianta falarmos no fim do mundo quando seremos nós a ditar o seu fim!



 
do diário' Poeta & Poetisa

sexta-feira, janeiro 15

Um dia...

Um dia disseram-me...

"O tempo chega sempre, mesmo que nem sempre chegue a tempo." (provérbio oriental)








E quando eu deixei de querer mudar o tempo, percebi que tudo acontecia no tempo certo.

quarta-feira, janeiro 13

Tempos [Indefin]idos.

Soube que te tinha perdido no momento em que a tua mão fugiu da minha, aos poucos.
Tu voltavas a procurar a minha... voltavas a agarrar-me a mão, a entrelaçar os teus dedos nos meus com força e firmeza... mas as mãos voltavam a deslizar...
Soube que [te] tinha [perd]ido no momento em que a chuva começou a cair sobre nós... ainda que nós estivéssemos apenas a ouvi-la cair lá fora.
Senti-te... encontrei-me... e depois perdi-te.
Soube que [te] tinha[s] perd[ido] no momento em que fechei a porta e não tive coragem suficiente para a voltar a abrir e ver se ainda continuavas lá... Como quando vamos na rua e seguimos caminhos diferentes e naquele momento, naquele estranho momento olhamos para trás, só para confirmar que seguimos o caminho certo... e vemos alguém parado a olhar para nós... como se quisesse apenas ver-nos mais uma vez.
Senti[-te]... encontrei[-me]... e depois perdi[-te].

... mas não perdi uma parte de mim. Perdi-me.
E deixei-te algures na página de um livro rasg'[d]'ado pelo tempo, guardado numa qualquer estante, duma qualquer casa... esquecida, abandonada. Feliz.







[Tu não tiveste força suficiente... 
e tive que ser eu a desatar a nossa fita de seda.
Antes desata-lá que deixa-lá partir, rasgar. Porque
só aquelas que desatamos, podemos um dia voltar a unir.]

segunda-feira, janeiro 11

Encontrando[-me]...

"Às vezes desistir é o mesmo que vencer sem travar as batalhar. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, ás vezes o único que os homens conhecem."


"Eu também tenho medo, mas não digo nada. Gosto de sorrir para a vida e pensar que tudo vai correr bem, mesmo quando os dias me trocam as voltas e chego à noite estoirado a casa, sem encontrar sentido às coisas."





(algures na gaveta de Margarida Rebelo Pinto)

quarta-feira, janeiro 6

Eu sabia que vinhas...

"Eu sabia que vinhas..."

Sabes, tenho medo de te perder. É que, ao perder-te, tenho medo de me perder. Perder-te seria perder-me. Perder-te, seria perder uma parte de mim. Porque contigo encontrei-me de novo. Encontrei o mais importante de mim... o meu sorriso.
Tenho medo que perder-te signifique ter os dias sempre iguais novamente. Porque tu trocaste os meus dias sempre iguais por meia dúzia de sonhos ali na loja da esquina.
Por isso mesmo, ter-te significa ter a [in]certeza do amanhã alojada em mim.



Ter-te significa sempre um "talvez".
Ter-te é ter-me.
[porque tu vieste e trocaste os meus dias sempre iguais pela [in]certeza do talvez!]


... os meus [dias sempre igu]ais tornaram-se [in]certos.
O hoje já não é igual ao ontem, nem será certamente igual ao amanhã.
Ter[-te]. Perder[-te].

Quando é que tudo começou?
Começou?





"Eu [sab]ia [qu]e tu [v]i[nh]as..."




[porque não se pode acabar uma história que ninguém começou. É por isso que nós somos ninguém. É por isso que não há nada para acabar.]

segunda-feira, janeiro 4

Do meu baú...














Nem sempre queremos palavras de conforto, abraços ou presenças físicas.
Há coisas que valem mais que isso.
Há pessoas que nos dão uma palmada nas costas quando vêem uma lágrima... para depois se irem embora. Mas há quem não diga nada e fique.
Há quem esqueça as nossas lágrimas... porque muito antes, muito antes disso já viu a tristeza no nosso olhar.
Há quem se esqueça das palavras bonitas para dizer aquelas que tem de ser ditas... aquelas que realmente merecemos e precisamos de ouvir.
Há quem não precise de estar ou dizer algo para que saibamos que está presente... porque simplesmente está.
Sente-se.
Mais que presença física...
Mais que (apenas mais) um corpo ali junto de nós...
Apenas sente-se.
Onde mais ninguém o pode sentir.
Lá dentro. Cá dentro.

Há pessoas que simplesmente chamamos de amigos.
Amigos.
Não colegas... não companheiros... não conhecidos...
Amigos.
Porque não é preciso dizer nada mais.
... não precisam de justificações... perguntas... ou serem chamados.
Simplesmente estão lá. Sempre.
Onde mais ninguém pode estar.
Estão.
E são eles as nossas forças.






[Escrito a 03-01-08 || Assustei-me ontem quando o encontrei e o (re)li. Ontem fez exactamente dois anos que o escrevi... estranha coincidência, não? Lembro-me, como se fosse hoje para quem o escrevi. 
É pena que essa pessoa já não faça parte da minha vida... Se calhar não defini bem o que é ser amigo... Ou simplesmente perdi-me e escolhi a pessoa errada para o escrever... perdendo-a depois.]