Apetece-me sair a correr, agora mesmo e ir ter contigo. Dar-te um abraço forte, aninhar-me em ti e explodir. Lembras-te quando, sentada contigo no chão, na relva ou noutro sítio qualquer me deixava simplesmente soltar? Deixava-me simplesmente explodir? Queria tanto. Queria tanto sentar-me contigo no chão e libertar-me!
As pessoas são estranhas. Poucas, muito poucas gostam de se sentar no chão. E aquela que encontrei que gostava de o fazer, foi embora. Ou vai.
Quando crescemos, sentar no chão parece-nos sempre inapropriado. Sentar no meio da rua só porque sim, não se ajusta nos padrões que estabelecemos como certos. E por isso nós gostávamos de o fazer. Porque sempre fomos diferentes. Em tudo. Até na nossa amizade o éramos (somos!). Sempre quisemos marcar pela diferença. Sempre gostamos de ser crianças e, se nos olhassem de lado por isso, nos riamos.
Ninguém percebe (ou então sabem, percebem, mas não o querem admitir) o quão é bom sentar no chão. Rir. Chorar. Qualquer coisa era boa naqueles momentos! Nos nossos momentos!
Apetecia-me sair a correr. Ir ter contigo. Dar-te um abraço e dizer-te, mais uma vez, o quanto me és importante! Lembrar-te o quanto me és especial e o quanto preciso de ti. Porque tu sempre foste aquela que conseguia ter tudo de mim. Aquela que me fazia falar, mesmo nos piores dias. E tinhas sempre as palavras certas.. e, quando estas faltavam, tinhas sempre um abraço seguro.
Apeteceu-me, apetecia-me e apetece-me sair a correr. Ir ter contigo. Fazes-me falta.
Contigo era sempre tudo diferente. Contigo sabia que nunca caminhava sozinha. Que nunca chorava sozinha. Que nunca estava sozinha.
Tu tinhas sempre uma mensagem, um post-it, um recado rabiscado num sítio qualquer... um sorriso.
... Ir ter contigo.
Só para ter a certeza que ainda continuas aí!
[As forças faltam-me para correr. Anda, por favor, e senta-te comigo.
Não quero mais sentar-me sozinha neste chão que sei de cor!
Abraças-me?]