domingo, maio 23

Encontrando[-me]... [2]

"Começou numa pequena noz de dor bem no meu intimo, mas esta foi crescendo cada vez mais até se transformar numa sufocante bola de sofrimento. Ela tinha morrido. Nunca mais voltaria a vê-la. Nunca mais voltaria a falar com ela. Nunca mais iria pegar-lhe na mão e chamar-lhe preguiçosa pateta. Nem senti-la a puxar-me os cabelos e ouvi-la dizer-me para parar de ser uma chata com cara de poucos amigos. Nem ficar apenas sentada com ela a ver televisão. Derramei a primeira vaga de lágrimas. Ela tinha-me abandonado. Eu tinha-a deixado, mas ela tinha-me abandonado a mim para sempre. A minha melhor amiga tinha morrido.
O meu corpo balançou-se novamente quando as lágrimas caíram numa nova torrente. Eu queria chorar assim desabar e ir-me abaixo."





 Peço todos os dias que voltes... que ocupes a cadeira que ficou vazia, a meu lado. Que venhas e me abraces... Que venhas e me digas que estou errada.. que as coisas não são assim. 
Que com o teu tom doce e meigo me digas que vai haver sempre alguém pela vida fora que terá a capacidade de me magoar, directa ou indirectamente. Que acontecerá sempre algo e que a vida não é a perfeição que conhecemos nos contos de fadas.
Mas, agora, queria que viesses e te sentasses na mesa, em frente a minha... voltando ao nosso tempo perfeito. Perdoa-me.
Perdoa-me pelas tantas vezes que rejeitei a tua mão quando, sempre disponível, ma estendeste, disposta a ajudar-me a erguer novamente. Pelas tantas vezes que não te soube reconhecer ao meu lado.
Dizem que quando perdemos alguém, reconhecemos sempre a sua importância na nossa vida. Reconhecemos o seu verdadeiro valor. E eu hoje reconheço-o. Perdoa-me por não o ter feito no tempo devido... por, principalmente, nem sempre te ter dito que gostava de ti. Nem sempre o ter demonstrado, escondendo-me por trás da máscara da indiferença, da frieza. 
Máscaras. 
Foste tu que me ensinaste o que elas significavam... E foste tu que me disseste que a minha era a da segurança. Segurança que não tinha. Que perdi.
E perdi-te a ti.
Perdi-te.



Palavras para quê?
Fazes-me falta...

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