Já perdi a conta ao tempo em que não escrevo. É como se me faltasse a vontade para fazer aquilo que sempre me definiu e que eu mais gostava de fazer.
Perdi a habilidade de brincar com as palavras, tal como perdi a vontade de pensar sobre isso.
Na verdade, não escrever corrói-me. É como se tirassem um pedaço de mim para não mais mo devolver.
É que, escrever leva-me sempre de volta ao mesmo sítio e a pensar no mesmo. E eu fujo disso. Admito. Fujo de cada vez que o pensamento deriva até ti. Sabes, ontem li-te. No meio das minhas coisas, li-te. É que cada texto tem um pedacinho tão teu que me assusta! Em cada linha, tu apareces. E sorris, que é pior. Dá-te um gozo tremendo teres ainda esse poder sobre mim, eu sei.
Cada música, tem uma frase tua. E, pior, és aquela nota desafinada de quem ninguém da conta, mas que eu sei que está lá!
Em tempos, só quis e pedi que ficasses, que voltasses... (e secretamente ainda peço!). Contudo, agora, dói demais pensar nisso. Dói pensar que escolheste partir, tanto quanto dói saber que não queres voltar.
Não, espera. Eu não te quero de volta! Vês? Já estou a divagar outra vez e a escrever tudo ao contrário!
[Anda. Ainda demoras?]
Agora, hoje, só quero deixar-te ir. Desatar as fitas, de vez... E deixar-te onde pertences! Numa história bonita de um livro poirento...
Agora vai. Vai e deixa-me dormir. Não voltes aos meus sonhos, por favor. Não voltes mais porque eu não tenho força para te mandar ir...
Vai, peço-te. E deixa-me aprender a sorrir!
Até um dia.
4 comentários:
Eu ajudo-te!
escreves-me.
M*
Não digas que não sou capaz. Porque sou.
És. Vais ser. E vou dar-te um chupa no fim.
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