
Um dia disse que te daria o mundo, se eu pudesse...
Abri as mãos e estendi-as ao mundo... mas ele nada me deu.
E eu virei-lhe as costas.
Pela primeira vez, desisti de algo que queria muito. Desisti de mim.
Acreditei, desde então, que eu nada tinha para dar.
Fui ao fundo do mar e procurei uma concha, a maior concha que alguma vez alguém viu. E escondi-me lá.
E fiquei assim. Durante muito, muito tempo.
Um dia, um outro dia muito distante, alguém mergulhou bem fundo no mar e encontrou a minha concha. Era bonita, mas tinha-se tornado muito pequena... apenas os olhares atentos davam por ela. Eu também era pequena. Pequena por dentro. Ao abrirem a concha, não encontraram a pérola que tanto procuravam, mas encontraram-me a mim. Tiraram-me da concha. Aceitaram-me. Abriram-me os braços e disseram-me que me poderiam dar o mundo...
Aquelas pessoas, procuravam as pérolas porque viam nelas a perfeição. Contudo, pouco se importaram que eu não fosse perfeita. Simplesmente ofereceram-me o mundo, tal como em tempos eu tinha feito.
E, mais uma vez, voltei a estender as mãos... e o mundo deu-me tudo!
Deu-me tudo...
Deu-me tudo porque sabia que agora eu tinha alguém com quem partilhar o mundo... Alguém que verdadeiramente quisesse o meu mundo e que partilhasse o seu mundo com o meu!
O meu mundo...
Quantas histórias?