quarta-feira, março 4

[Colo]rir [d]os dias.

Os dias são como uma página em branco em que ninguém escreve. Uns porque não sabem, outros porque a vida os ensinou a ter medo das palavras e outros ainda porque simplesmente não querem.

Por vezes, (há) um menino (que) encontra um lápis no chão e escreve um passeio no jardim, um abraço, um dia de sol e calor. E isto torna-se o esboço de um desenho onde depois, com um marcador tirado do ar, irá colorir sorrisos. Depois, irá lembrar-se que já é tarde e que terá que ir para casa... E vai.

Por vezes, (há) um adulto (que) pega na caneta que traz sempre no bolso e começa a escurecer o céu e faz surgir as tempestades... estraga os jardins e rouba os abraços, deixando lá ficar a (sua) insegurança... substituindo os sorrisos por lágrimas...

Por vezes, (há) um velho sentado num banco de jardim (que) encontra uma borracha no seu coração e apaga tudo. Encontra o carinho e a ternura que vagueiam, perdidas, em cada olhar que dirige aos outros e, com isso, planta fores no jardim. Desperta a compreensão naqueles que o olham e torna o céu no mais belo dos quadros. Porém, esta compreensão apenas é possível porque quem o olha pensa que está sozinho e traz consigo a solidão... mas, na realidade, iludem-se! O velho possuía um grande coração e isso tornou-o na pessoa mais feliz que alguém conhecera... somente porque trazia em si todos os sonhos do mundo.

E por isso, apenas por isso, fora capaz de pintar o mundo com as mãos de uma criança.

2 comentários:

Catarina. disse...

Princesa, afirmo aqui também que tenho orgulho em ti!!

Cada texto teu é sempre tão sentido, simples mas imensamente bonito, capaz de emocionar!

Acho que tens um dom de te entregar aos outros, de ajudar... E é isso que me faz ter orgulho em ti!

Os teus textos fazem-me lembrar a Torey Hayden ;) Juro que sim!

Adoro-teee viu.

*

Fá menor disse...

É muito fresco o passeio por aqui.
Fresco no sentido de leveza e beleza.
Parabéns pelo blog

beijinhos