segunda-feira, dezembro 28

A [v]ida de todos os [d]ias

+p
 
E no fim de tudo... o que nos leva a escrever? 
O que nos faz querer o que vai cá dentro em palavras ter?
Porque esta incessante vontade? 
Será real? Será capricho? Será necessidade?

Ou uma mera perspectiva de tudo o que gira à nossa volta? 
Será que tudo acontece quando a rede de sentimentos se solta?

Nem sempre temos a capacidade de deixar 'tudo' acontecer...
Mas que outro sentido terá a vida, se não deixar a vida correr?

E as palavras correm soltas, num pensamento que vem de dentro 
Que no fundo fazem sentir diferente cada momento.

Porque o momento do 'agora' daqui a pouco já não é 'nada' 
Porque se neste instante sorrio, daqui a pouco posso estar desesperada.
Quem nos garante que as coisas não mudam?
Que nos diz que a felicidade é tudo e ao mesmo tempo um pedaço de nada?

E não será a felicidade um misto de tudo e nada ao mesmo tempo?
Até porque a felicidade deve sempre ser sentida no momento...

Como escolhemos então o melhor momento da nossa vida?
Ela dá-nos a amizade, o amor... tantas coisas para serem sentidas!
Cada uma para ser saboreada instante a instante...
Todas elas únicas, especiais... importantes.

... porque a vida pode até ser apenas um dia
e saber à anos, se for vivida como nós a vivemos!
... porque no nosso mundo, em tudo o que temos,
somos nós. E em nós somos plenos.



do diário' Poeta & Poetisa

sexta-feira, dezembro 25

O [na]tal.






Quero o meu natal de volta, dizia eu há alguns dias atrás. Disse-o até hoje. [E ainda hoje o digo]




O meu natal era aquele natal de felicidade pura, onde dávamos o melhor de nós, sem esperar receber. Onde o que se dava eram mais que presentes. Cada presente dado era pensado ao pormenor. Era um natal mágico. Não havia consumismo... havia alegria e simplicidade. Havia o desejo de ver um sorriso de surpresa, uma lágrima no canto do olho... a felicidade.

Mesmo que só por instantes...

Mas esse natal fugiu. Foi fugindo aos poucos... Para mim, o natal tornou-se consumista. Em que se enfeitam as casas e se faz uma árvore só para mostrar e não com o verdadeiro espírito que a época espera.
Perdeu-se a magia de ir numa carrinha, ao frio, ao pinhal mais próximo só para buscar musgo para fazer o presépio em casa da avó. Presépio sempre grande, feito sempre a mais que duas mãos. Feito ao som de risos e gargalhadas. Era a alegria no seu estado mais puro. Em que, na árvore, cada enfeite era um desejo. Cada estrela, um membro da família. [Onde estão essas estrelas?]
O natal perdeu-se.
E, com ele, a vontade de o viver.
Tão simples quanto isso! [Simples?]
Acho que preferia voltar a infância e acreditar que o pai natal existia e que viria trazer os presentes e mudar o mundo.
O pai natal de antes castigava. Se nos portávamos mal, as prendas não vinham. Para elas virem tínhamos de as merecer.
Agora, já ninguém acredita no pai natal e as prendas aparecem sempre.
Por isso deixei de as dar.
Este ano não dei prendas a ninguém. Quando as dava, fazia-as eu. Contudo, havia sempre as outra, dadas por 'alguéns', compradas numa qualquer loja, que se tornavam mais especiais e com mais valor. E eu sempre fui ensinada a acreditar que as coisas feitas por nós tem mais valor... tornam-se diferentes. [Fui ensinada a acreditar em tanta coisa...]
Deixei de as fazer. Comecei a comprar. Eram as poupanças de um ano investidas em meia dúzia de meios sorrisos. Mas o sentido não era o mesmo. E o natal deixou de ser natal.
E este ano não dei.
Recebi muito (mais do que devia e merecia até), mas não dei. Não dei presentes. Dei o presente, o agora... e, nele, um sorriso.

Talvez um dia, quando volte a ser natal, eu volte a dar alguma coisa. Por agora, é o que tenho.
Lá fora [cá dentro?] chove... e para mim não é natal.






[24.12.09
04h31]

quarta-feira, dezembro 23





“Quem sou eu e como acabará esta história?”










Nicholas Sparks
O Diário da Nossa paixão

quinta-feira, dezembro 10

In[só]nias


O sono não vem. O desespero aumenta. As voltas na cama fazem-me calor. Já estou a transpirar. E irritada. O mau humor acumula-se. Condensa-se.
O tic-tac do relógio indica a passagem do tempo. Mas o tempo não passa! Congela-se nos minutos sempre iguais.
A porta abre-se.
Reclamam por a luz ainda estar acesa, por eu ainda estar acordada. Apago a luz. Prometo ir dormir.
A porta fecha-se.
E eu, atenta a cada som, espero que o silêncio volte novamente para [re]acender a luz.
O sono não vem.
Não consigo dormir. Talvez não queira dormir também.
Pego num livro mas, ao fim de algumas linhas canso-me e apetece-me atirá-lo pela janela.
Está calor. Tenho sede. E estes malditos mosquitos insistem em deixar-me sem sangue, quais vampiros!
O sono não vem.
E eu também não sei ir ter com ele. Esqueci o caminho no mesmo dia em que o sono me começou a trazer sonhos.
O son[h]o não vem. [E eu [não] quero que venha!]
Não quero sono que se perca passado uma hora, testa suada e coração a mil.
Quero uma viagem calma, um son[h]o despreocupado.
O sono não vem.
Ou talvez esteja já a chegar...
Vamos lá ver que son[h]os o sonho me traz!

quarta-feira, dezembro 9

[sou] criança .


" " Diz o mestre:
Se você tiver que chorar, chore como as crianças.
Você foi criança um dia e uma das primeiras coisas que aprendeu a fazer na vida foi chorar; porque faz parte da vida. Nunca se esqueça de que você é livre e que demonstrar emoções não é uma vergonha. Grite, soluce alto, faça barulho, se tiver vontade - porque é assim que choram as crianças e elas sabem qual é a maneira mais rápida de sossegar os seus corações.
Você já reparou como as crianças param subitamente de chorar? Alguma coisa as distrai, algo lhes chama a atenção para uma nova aventura.
As crianças param de chorar muito depressa. Assim será também consigo - mas apenas se chorar como chora uma criança. "



Paulo Coelho - Maktub