quinta-feira, dezembro 10

In[só]nias


O sono não vem. O desespero aumenta. As voltas na cama fazem-me calor. Já estou a transpirar. E irritada. O mau humor acumula-se. Condensa-se.
O tic-tac do relógio indica a passagem do tempo. Mas o tempo não passa! Congela-se nos minutos sempre iguais.
A porta abre-se.
Reclamam por a luz ainda estar acesa, por eu ainda estar acordada. Apago a luz. Prometo ir dormir.
A porta fecha-se.
E eu, atenta a cada som, espero que o silêncio volte novamente para [re]acender a luz.
O sono não vem.
Não consigo dormir. Talvez não queira dormir também.
Pego num livro mas, ao fim de algumas linhas canso-me e apetece-me atirá-lo pela janela.
Está calor. Tenho sede. E estes malditos mosquitos insistem em deixar-me sem sangue, quais vampiros!
O sono não vem.
E eu também não sei ir ter com ele. Esqueci o caminho no mesmo dia em que o sono me começou a trazer sonhos.
O son[h]o não vem. [E eu [não] quero que venha!]
Não quero sono que se perca passado uma hora, testa suada e coração a mil.
Quero uma viagem calma, um son[h]o despreocupado.
O sono não vem.
Ou talvez esteja já a chegar...
Vamos lá ver que son[h]os o sonho me traz!

2 comentários:

Rui Lourenço disse...

Brilhante! É o melhor, e mais sincero, adjectivo que te consigo oferecer..
A prosa também é bonita :)kiss*

she. disse...

Que lindo! adorei, palavras tão sentidas *
O Son(h)o que tanta vez não vem e tanta vez nos faz falta(...)




-> Talvez porque nunca perceberiam o pq da minha cara estar salgada mas também porque não me quero mostrar fraca à frente deles..