Dizem-me para eu não [escre]ver. Para não [escre]ver se for só por obrigação.
Dizem-me para não sentir em demasia. Para ser mais objectiva.
Dizem que em mim há muito coração. Mas que pouco dele é meu.
Se me vêem a chorar é porque sou demasiado frágil.
Se aguento tudo com um sorriso, sou fria.
Se digo o que penso sou respondona.
Se fico em silêncio é porque não me interesso e sou mal-educada.
Não quero ouvir mais! (mas eles continuam a falar. Falam sempre.)
Pego num cigarro (mas eu não fumo!) e acendo-o. Mas não lhe toco. Dou por mim a ver a cinza a cair... a escrever a história da minha vida. De qualquer outra vida.
Esse cigarro invent[d]ado que me mata aos poucos.
Só não [me] mata esse vício de ti! (Dizem...)