sábado, novembro 28

[De]Lírios


A minha vida não é de[lírios e p]rosas
Contudo, hoje sonho em conjunto,
Um sonho dentro de um sonho, com outro sonho junto.
O meu sonho e o meu ser.
Sonho com um outro espaço, uma outra forma de viver.
Sonho e deliro, saindo de mim
Fujo do que fui e agarro-me ao que quero ser.
Ambiciono ser um outro alguém,
Cobiço o futuro e entrego-me à vontade de vencer.
Vencer mais que o mundo que me rodeia,
Vencer-me a mim mesma, libertando-me das correias.
Correias estas que me prendem e acorrentam a alma.
Deixo o mundo girar, girando com ele,
Ficando tonta, perdendo a calma.
A calma que tantas vezes me restringe,
Deixando de lado a comodidade,
E abraçando, com tranquilidade,
O decurso do rio que esta vida me impinge.
Perco-me e encontro-me novamente.
Deliro, perco a certeza neste minha estranha mente.
Devaneio e dou por mim num campo
Rodeado de lírios bravos, lírios brancos
Os lírios da beleza e pureza encontrada
Nesta minha busca de certezas, sentindo-me desesperada.
Sou alguém em delírio, quase alucinada.
Tenho a calma do vento e o vento é a fachada
Pois quando o mundo gira, eu giro com ele
E a calma desaparece, deixando-me desorientada.
Transfiguro-me e deixo-me perder
Corro, fujo.. e volto, como os lírios, em delirio, a nascer.

quinta-feira, novembro 26

[mag]ia na [v]ida


Hoje encontrei vida.
Encontrei um olhar profundo, um olhar marcante
Encontrei um sorriso, a serenidade,
e os sonhos de um viajante.


Diz-me então por onde viajas.
É fantasia?
Viajaras tu por entre a magia?
Ou viajas por sonhos de criança,
onde tudo dura o suficiente para haver esperança?

A esperança nunca deixou de existir
No olhar da menina que sabia sorrir.
Esse olhar hoje sorriu novamente
E trouxe a maior verdade em mim existente.

Define-me então a menina que há em ti.
Essa tal menina que hoje sorri.
Será um sorriso que se tornará constante,
ou um sorriso de apenas um instante?

O olhar sorri constantemente,
mesmo que a alma o lamente.
E este que vesti hoje,
é o sorriso mais verdadeiro que possuo.
O mais real, o mais puro.

Assenta bem o sorriso a essa menina feita mulher.
E o meu desejo é que ela sorria quando quiser.
Mesmo o meu ombro servindo para apoiar,

Quando a menina quiser chorar.


E esse ombro é do ser mais especial que tenho na vida.

É um Amigo. E esta é uma palavra sentida.

Um anjo feito homem, um homem feito poeta.

Que me deu Vida e me ensinou que a amizade pode ser perfeita!






do meu Porto de Abrigo.

quarta-feira, novembro 18

[na]s[c]er!



[09-09-09]














É sufocante o desespero de quem espera. Ver o tempo a aproximar-se mas ter a sensação que tudo parou e tudo anda ao contrário. Ver os relógios com horas sempre iguais e o sol sempre no morrer, nunca no [na]s[c]er.
É o desespero de quem se senta num banco de jardim à espera de uma esmola. Ou de um músico que [se de]para com trinta [com]passos de espera. Ou de quem anseia pelo [re]encontro. Ou de um estudante antes do seu exame final. Ou...

É o desespero. É desesperante.

Querer mudar o tempo. Acelerar, abrandar, mudar de mudanças. Fazê-lo correr, fintar os segundos e marcar horas.
Mas o relógio ficou sem pilhas. Esquecido na parede, onde ninguém lhe deu à corda. E ele já não bate as horas.
O relógio parou. O tempo parou. O mundo parou. A vida parou.

Só eu continuo aqui, à espera que o tempo mude, acelere e faça um sprint até ao final. Ganhe. E eu ganhe com ele.






Alguém tem, por favor, um
relógio e me diga as horas?

segunda-feira, novembro 16

[Vícios]

A nicotina invade-me... o corpo, a mente, a alma... É vício que me destrói e quase me mata.
[Vício... que sabes tu de vícios?]
A nicotina liberta-me... faz-me ser quem eu não sou, quem na verdade gostava e quero ser. Acalma-me... deixa-me respirar quando a vida sufoca. Dá-me força e coragem quando estas me faltam (todos os dias?). Alimenta-me quando a fome me vence. Faz-me dizer sim quando o mundo me diz não.
[Vícios... que sabes tu de vícios?]
A minha nicotina eras tu... E agora que tu foste... transformei o meu vício. Será o meu vício a tua simples ausência?

[Vícios... que sabes tu de vícios?]

domingo, novembro 1

m[d]edos mudos ,


Há alturas em que a vida vira do avesso. Em que perdemos o rumo, nos desencontramos e tudo muda. Ou pensamos que muda.
Encontramos novas pessoas, novos desafios pelo caminho... e por momentos parece que esquecemos o passado e tudo o que ficou para trás. Então eis que ele volta, como onda que nos arrasta pelo mar dentro... Eis que entendemos que não somos capazes, que nunca vamos ser... de deixar ficar o ontem na gaveta. Porque, por vezes, essa gaveta tem vida própria e grita... e abre-se sozinha... deixando-nos sem fôlego. Indefesos. Expectantes. Cheios de esperança que venha o presente, o futuro... e que tenham a força que nos falta... a coragem que não tivemos de dizer chega e, com um só gesto, fechar a gaveta... mais uma vez... de vez?


[16-10-09]