quarta-feira, janeiro 27

[In]coerência [in]coerente.

Pensamentos incertos. Certezas[in]. Conflitos de paz. [Des]Espero.
Agora! Já! Ou talvez amanhã.
Incoerência coerente. Dúvidas de crente.
Sufoco de liberdade. O escuro n[d]*a claridade.
Um dia. O amanhã talvez [mas porque não o agora?]. Porque há medo... medo de ir embora. Quero guardar o hoje junto com o outrora. Acender a luz e ver o preto ir embora. Clarear o branco e deixa-lo quieto a um canto. Correr no escuro, sair do barulho. Fugir à rotina, fechar a gaveta com a palavra "menina". Acreditar que sou normal, que o mundo é real... buscar um sonho, sem ter medo de o criar.
Quero... apenas quero... saber limpar-te e deixar-te ir. Abraçar-te e saber que se o amanhã não vier é porque não tinha de vir.
[Aceitar que] Gosto de ti.
E isto é tudo o que, no meio da minha coerência incoerente, consigo definir [sentir?]...





"Quando há medo de ir embora, é porque vale a pena ficar... Quando não temos medo da despedida, é porque já fomos embora com o corpo presente."

terça-feira, janeiro 19

Mundo [do] tr[avesso]


O que seria de... se...?

Se hoje fosse amanha e amanha fosse hoje, como seria?
E se de repente o dia fosse escuro, e a noite se tornasse em dia?

E se o certo se tornasse incerto como iríamos viver?
Será que tudo seria tão maravilhoso como pensamos ser?

Como seria se o mundo fosse pintado de preto e branco?
Como seria se o tudo fosse nada e o nada fosse tanto?
Qual seria a cor da paz nesse mundo tão escuro?
Que sentimento usaríamos nós como nosso escudo?

Como seria se o amor fosse ódio, e o ódio fosse amor?
Conseguiríamos nós viver num mundo sem rancor?
E se os rios fossem as montanhas e o céu, o mar?
Como seria se os pássaros andassem e nós soubéssemos voar?

Como seriamos nós sem a nossa própria liberdade?
Como seria termos de fazer tudo contra a nossa vontade?
Como seria o Homem sem a sua liberdade de expressão?
O que seria do Homem se fosse proibido de sonhar com o coração?

Como.. se.. o que importa como seria e como será?
Não seremos nós mesmos a maior descoberta que há?

E quando o Homem mexe com o mundo e este com o Homem...
Não será melhor viver o presente e esquecer o amanhã e o ontem?

O hoje não importa para o ontem, nem o ontem para o amanhã
Tudo será único se aproveitarmos o que a vida nos dá
Podemos viver o ontem no hoje e o hoje no amanha
Porque no final, tudo será igual

O mundo é igual a nós mesmos e sempre será assim...
Não adianta falarmos no fim do mundo quando seremos nós a ditar o seu fim!



 
do diário' Poeta & Poetisa

sexta-feira, janeiro 15

Um dia...

Um dia disseram-me...

"O tempo chega sempre, mesmo que nem sempre chegue a tempo." (provérbio oriental)








E quando eu deixei de querer mudar o tempo, percebi que tudo acontecia no tempo certo.

quarta-feira, janeiro 13

Tempos [Indefin]idos.

Soube que te tinha perdido no momento em que a tua mão fugiu da minha, aos poucos.
Tu voltavas a procurar a minha... voltavas a agarrar-me a mão, a entrelaçar os teus dedos nos meus com força e firmeza... mas as mãos voltavam a deslizar...
Soube que [te] tinha [perd]ido no momento em que a chuva começou a cair sobre nós... ainda que nós estivéssemos apenas a ouvi-la cair lá fora.
Senti-te... encontrei-me... e depois perdi-te.
Soube que [te] tinha[s] perd[ido] no momento em que fechei a porta e não tive coragem suficiente para a voltar a abrir e ver se ainda continuavas lá... Como quando vamos na rua e seguimos caminhos diferentes e naquele momento, naquele estranho momento olhamos para trás, só para confirmar que seguimos o caminho certo... e vemos alguém parado a olhar para nós... como se quisesse apenas ver-nos mais uma vez.
Senti[-te]... encontrei[-me]... e depois perdi[-te].

... mas não perdi uma parte de mim. Perdi-me.
E deixei-te algures na página de um livro rasg'[d]'ado pelo tempo, guardado numa qualquer estante, duma qualquer casa... esquecida, abandonada. Feliz.







[Tu não tiveste força suficiente... 
e tive que ser eu a desatar a nossa fita de seda.
Antes desata-lá que deixa-lá partir, rasgar. Porque
só aquelas que desatamos, podemos um dia voltar a unir.]

segunda-feira, janeiro 11

Encontrando[-me]...

"Às vezes desistir é o mesmo que vencer sem travar as batalhar. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, ás vezes o único que os homens conhecem."


"Eu também tenho medo, mas não digo nada. Gosto de sorrir para a vida e pensar que tudo vai correr bem, mesmo quando os dias me trocam as voltas e chego à noite estoirado a casa, sem encontrar sentido às coisas."





(algures na gaveta de Margarida Rebelo Pinto)

quarta-feira, janeiro 6

Eu sabia que vinhas...

"Eu sabia que vinhas..."

Sabes, tenho medo de te perder. É que, ao perder-te, tenho medo de me perder. Perder-te seria perder-me. Perder-te, seria perder uma parte de mim. Porque contigo encontrei-me de novo. Encontrei o mais importante de mim... o meu sorriso.
Tenho medo que perder-te signifique ter os dias sempre iguais novamente. Porque tu trocaste os meus dias sempre iguais por meia dúzia de sonhos ali na loja da esquina.
Por isso mesmo, ter-te significa ter a [in]certeza do amanhã alojada em mim.



Ter-te significa sempre um "talvez".
Ter-te é ter-me.
[porque tu vieste e trocaste os meus dias sempre iguais pela [in]certeza do talvez!]


... os meus [dias sempre igu]ais tornaram-se [in]certos.
O hoje já não é igual ao ontem, nem será certamente igual ao amanhã.
Ter[-te]. Perder[-te].

Quando é que tudo começou?
Começou?





"Eu [sab]ia [qu]e tu [v]i[nh]as..."




[porque não se pode acabar uma história que ninguém começou. É por isso que nós somos ninguém. É por isso que não há nada para acabar.]

segunda-feira, janeiro 4

Do meu baú...














Nem sempre queremos palavras de conforto, abraços ou presenças físicas.
Há coisas que valem mais que isso.
Há pessoas que nos dão uma palmada nas costas quando vêem uma lágrima... para depois se irem embora. Mas há quem não diga nada e fique.
Há quem esqueça as nossas lágrimas... porque muito antes, muito antes disso já viu a tristeza no nosso olhar.
Há quem se esqueça das palavras bonitas para dizer aquelas que tem de ser ditas... aquelas que realmente merecemos e precisamos de ouvir.
Há quem não precise de estar ou dizer algo para que saibamos que está presente... porque simplesmente está.
Sente-se.
Mais que presença física...
Mais que (apenas mais) um corpo ali junto de nós...
Apenas sente-se.
Onde mais ninguém o pode sentir.
Lá dentro. Cá dentro.

Há pessoas que simplesmente chamamos de amigos.
Amigos.
Não colegas... não companheiros... não conhecidos...
Amigos.
Porque não é preciso dizer nada mais.
... não precisam de justificações... perguntas... ou serem chamados.
Simplesmente estão lá. Sempre.
Onde mais ninguém pode estar.
Estão.
E são eles as nossas forças.






[Escrito a 03-01-08 || Assustei-me ontem quando o encontrei e o (re)li. Ontem fez exactamente dois anos que o escrevi... estranha coincidência, não? Lembro-me, como se fosse hoje para quem o escrevi. 
É pena que essa pessoa já não faça parte da minha vida... Se calhar não defini bem o que é ser amigo... Ou simplesmente perdi-me e escolhi a pessoa errada para o escrever... perdendo-a depois.]