Tu voltavas a procurar a minha... voltavas a agarrar-me a mão, a entrelaçar os teus dedos nos meus com força e firmeza... mas as mãos voltavam a deslizar...
Soube que [te] tinha [perd]ido no momento em que a chuva começou a cair sobre nós... ainda que nós estivéssemos apenas a ouvi-la cair lá fora.
Senti-te... encontrei-me... e depois perdi-te.
Soube que [te] tinha[s] perd[ido] no momento em que fechei a porta e não tive coragem suficiente para a voltar a abrir e ver se ainda continuavas lá... Como quando vamos na rua e seguimos caminhos diferentes e naquele momento, naquele estranho momento olhamos para trás, só para confirmar que seguimos o caminho certo... e vemos alguém parado a olhar para nós... como se quisesse apenas ver-nos mais uma vez.
Senti[-te]... encontrei[-me]... e depois perdi[-te].
... mas não perdi uma parte de mim. Perdi-me.
E deixei-te algures na página de um livro rasg'[d]'ado pelo tempo, guardado numa qualquer estante, duma qualquer casa... esquecida, abandonada. Feliz.
2 comentários:
«[Tu não tiveste força suficiente...
e tive que ser eu a desatar a nossa fita de seda.
Antes desata-lá que deixa-lá partir, rasgar. Porque
só aquelas que desatamos, podemos um dia voltar a unir.]»
adorei esta parte final e, tal como disseste no comentário, também eu me revi aqui*
custa deixar, partir, reconhecer que nada mais há a fazer mas, para nosso próprio bem, há vezes em que é a nossa única opção
um beijinho apertado*
Amor, acho que so perdemos mesmo algo quando o nosso intimo já não acredita que seja possível. É verdade, é posivel perder, algo ou alguém.
Mas acho que a vida se auto-regula. E nos compensa. O que hoje perdemos, deixa um espaço em branco, ausente. E apesar dos espaços não poderem ser preenchidos como um dia foram, podem ainda asim ser preenchidos de outra maneira.
As nossas fitas, são bonitas. E mesmo que as tenhamos que desatar um dia, darei um nó nas pontas só para me assegurar que um dia nem tudo será impossivel de recuperar! És,me'
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